A PALAVRA QUE
A palavra que pode desempenhar várias funções, de acordo com o contexto em que está empregada:
Funções morfológicas de substantivo, advérbio, preposição, interjeição, partícula expletiva, conjunção e pronome;
Funções sintáticas de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva.
Funções morfológicas da palavra que:
1. Substantivo: aparece acompanhado de artigo ou palavra que o caracterize; é sempre acentuado, podendo flexionar-se (A moça tem um quê de maliciosa);
2. Preposição: subordina uma palavra e outra em locuções formadas com os verbos ter e haver. Equivale a de (Temos que viabilizar o contrato);
3. Interjeição: exprime um estado de espírito – estado, emoção -; é sempre acentuado (Quê! aí tem coisa);
4. Advérbio: exprime uma intensificação; equivale a quão ou quanto, e liga-se a um adjetivo ou a outro advérbio (Que perto fica a sua casa!);
5. Partícula expletiva ou de realce: exprime um realce, uma ênfase, sem, no entanto, ser necessário. Pode ser retirado sem comprometer o entendimento da informação (Eu é que sei como dói / Que que tem);
6. Conjunção: relaciona duas orações e se classifica conforme a oração que inicia. Pode ser coordenativa (Saia logo, que eu quero entrar) ou subordinativa (Todos lhe sinalizaram que abandonasse o local);
7. Pronome: adjetivo – aparece junto de um substantivo, modificando-o (Que sapataria é aquela?), interrogativo – aparece em orações interrogativas diretas ou indiretas, equivalendo a que coisa (Que será?) e relativo – refere-se sempre a um termo antecedente, pronome ou substantivo, podendo ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais (Vamos andando na estrada que vai dar no sítio do Zé).
Funções sintáticas da palavra que:
Sujeito (Luz que acaba nunca – sujeito do verbo acabar);
Objeto direto (Ah! Se a juventude que essa brisa canta – objeto direto do verbo cantar);
Objeto indireto (Você se refere a coisas de que ninguém se lembra – objeto indireto do verbo lembrar);
Predicativo do sujeito (Eu é que era triste – predicativo do sujeito eu);
Complemento nominal (As coisas todas de que tenho necessidade, quem as suprirá? – complemento nominal de necessidade);
Adjunto adverbial (O lápis e a régua com que desenhei ainda estão ali – adjunto adverbial do verbo desenhar);
Agente da passiva (Eis todas as razões por que sou perseguido nessa terra – agente da passiva do verbo perseguir).
A PALAVRA SE
A palavra se como pronome desempenha várias funções:
Pronome apassivador ou partícula apassivadora: empregado com VTD na voz passiva pronominal ou sintética (Aluga-se apartamento / Alugam-se apartamentos – apartamentos são alugados);
Índice de indeterminação do sujeito: empregados com VI ou VTI, com a função de indeterminar o sujeito (Come-se bem aqui – quem come bem aqui?)
Pronome reflexivo: equivale a si mesmo e pode desempenhar as seguintes funções sintáticas: objeto direto – com VTD (Mariana considerou-se livre para sair), objeto indireto – com VTI (Plínio ofereceu-se um jantar), sujeito de um infinitivo – em uma oração reduzida (O cego deixava-se guiar pelo cão), partícula integrante do verbo – quando se associa a verbos pronominais sem função sintática (Ele orgulha-se da esposa).
A palavra se como conjunção, é empregada como:
Subordinada integrante: em orações subordinadas substantivas (Nara não sabe se Juca vai chegar ou não);
Subordinada condicional: nas orações subordinadas adverbiais condicionais (Vamos viajar só se você vier).
A palavra se como expletiva ou partícula de realce é usada sem ser rigorosamente necessária, sem função sintática (Será que eles se foram para sempre?).
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